ocupa-madalena Publicado em 25 de abril de 2017
Nossa História
1.1 O Núcleo Ocupa Madalena começa a espreguiçar seus longos galhos em Novembro de 2011 quando, para ocasião do Dia Internacional da Não-Violência contra as Mulheres, com um primeiro grupo de mulheres nos reunimos para criar cenas de teatro-jornal e teatro-fórum. Com o objetivo de movimentar as ruas da capital, Goiânia, com denúncias contra o machismo, a desigualdade, as opressões sobre o corpo feminino nos espaços públicos e privados. Nessa primeira ação desenvolvida com o GrupoTransas do Corpo – a que nomeamos “Madalena Ocupa a Praça Cívica” – iniciamos um processo que ganharia forças em 2013 com a constituição oficial do Núcleo, a partir da conclusão do primeiro processo de formação em teatro das oprimidas.
Desde 2013 muitas foram as atividades que desenvolvemos: cenas de teatro, oficinas, intervenções urbanas, cursos de formação. A partir do teatro das oprimidas iniciamos nossos diálogos com os feminismos, com outros grupos de artivistas, feministas, trans, lgbt, população quilombola, mulheres de terreiro, jovens, adultos, senhores e senhoras. Nos unimos à Rede Madalenas Internacional, participando de encontros e festivais em que fomos apresentadas a outros grupos de mulheres que trabalham o teatro das oprimidas desde suas mais variadas localidades.
Em 2014, estreamos nosso primeiro Teatro-Fórum e inauguramos nossa primeira sede. A partir da cena “Eu nunca disse sim”, discutimos o complexo tema da violência sexual, quando ela ocorre em um contexto onde a mulher conhece seuagressor e as várias vozes sociais culpabilizam a mulher pelo abuso sofrido. “Se você não estivesse com aquela roupa…”, “Se não estivesse naquela festa até tão tarde…”, “Se você não tivesse bebido…”.
Em 2015, foram muitas emoções!!! Realizamos emparceria com o Transas do Corpo, a formação “Tramas & Redes: Feminismos pelo Fim da Violência contra as Mulheres”, trazendo a Goiânia algumas das mulheres que mais nos inspiram: Alesandra Vannucci e Mariana Villani. Tivemos uma vídeo-conferencia com Djamila Ribeiro. Pensamos e criamos juntas com outras 100 mulheres estratégias para o combate à violência de gênero, dialogando a partir dos feminismos e do teatro das oprimidas, criando vídeos, músicas, poesias, textos, manifestos. Estreamos o espetáculo “Corpo Ruído” dando vida ao monólogo “Diálogo para um só personagem”, de Ana Mércia Roberts, discutindo os 50 anos da ditadura no Brasil e as marcas nos corpos das mulheres. Realizamos a I Mostra de Artes Feministas e participamos do I Festival Madalenas Internacional, na cidade de Puerto Madryn, Argentina.
Em 2016, expandimos nossas atividades para a cidade de Pirenópolis, Goiás, através de parceria com o ponto de Cultura Guaimbê, desenvolvendo oficinas sobre saúde sexual e reprodutiva, rodas de conversa, oficinas de teatro. Começamos um novo projeto com jovens, o Circuito da Diversidade nas Escolas. Recebemos em Goiânia para oficina e lançamento de seu livro uma mulher de muita inspiração para nós, a curinga internacional Bárbara Santos.
Em 2017, seguimos expandindo nossas redes. Recebemos a curinga Cláudia Simone, grande referência no Teatro do Oprimido. Estreitamos parcerias com o Ponto de Cultura Cidade Livre e com a Casa das Manas. Caminhamos na consolidação de uma rede feminista, de teatro, de artivistas, de mulheres que reconhecem a luta pela igualdade de gênero, a luta por des-mecanizar, descolonializar, despatriarcalizar nossos corpos, nossos sonhos, nossos projetos políticos de sociedade.
Desde sua breve, intensa e apaixonante história, o Núcleo Ocupa Madalena Teatro das Oprimidas deseja lançar reflexões a respeito das práticas artísticas contemporâneas que extrapolam o campo do discurso artístico e apontam para questões políticas e sociais. Discutir as tecnologias de gênero que incidem sobre os corpos femininos e produzem linhas de subjetivação que lançam para outros territórios nosso entendimento sobre o corpo, os papéis de gênero e a identidade.
Somos um grupo baseado na força solidária feminina, que lê, interpreta e sente o papel das mulheres em nosso mundo social, buscando transformá-lo através da arte. Não oferecemos apenas produtos artísticos, mas, de fato, convidamos mulheres a reconhecerem seus potenciais
criativos, empoderarem-se e transformar seus potenciais em ações políticas positivas aplicáveis às suas comunidades locais. A partir do Teatro das Oprimidas, estamos construindo uma rede global – a Rede Madalenas Internacional – que expande suas raízes e provoca mudanças, lutando pelo fim da opressão contra as mulheres.
1.2 Breve Biografia das participantes do grupo
Renata Pessoa, Geógrafa de formação, Palhaça de coração, Madalenapor opção e buscadora de mim mesma por convicção. Co-fundadora do Núcleo Ocupa Madalena de Teatro das Oprimidas, desde 2013 atuo nesse espaço como atriz, pesquisadora do teatro do oprimido e teatro das oprimidas aliado às teorias feministas, oficineira de teatro, articuladora de redes feministas, produtora cultural emilitante feminista. Trilhando o caminho da formação em Curinga de Teatro dxs Oprimidxs. Integro a Rede Madalenas Internacional que reúne grupos de mulheres de diversos lugares do mundo que trabalham com o Teatro das Oprimidas.
“Hillana Souza Amaral, Advogada, Ativista da Anistia Internacional Brasil e Artivista no Núcleo Ocupa Madalena de Teatro das Oprimidas. Em dezembro de 2015 teve seu primeiro contato com o teatro, participando do Laboratório Madalenas de teatro das Oprimidas, que integrou a Semana de Artivismo pelo Fim da Violência contra a mulher. Posteriormente realizou diversas atividades com o Grupo, incluindo laboratórios e intervenções artísticas. Tais quais: Intervenção no I Gritaçocontra Cultura do estupro (01/06/2016); Teatro-Fórum “Eu nunca disse sim” (08/07/2016); Intervenção no Dia da Não Violência contra mulher na Ocupação Unificada UFG (25/11/2016); Laboratório Madalenas com atriz e educadora Bárbara Santos (21, 22e 24 de novembro de 2016); Ciclo de Formação realizado pelo Núcleo Ocupa Madalena (Setembro e outubro de 2016).”
Ana Terra S. Gonzaga, Atriz, já atuou como educadora em direitos humanos no Centro de Referência em Direitos Humanos do Cerrado, do grupo de percussão Batuque Feminista e é mestranda em Psicologia na UFG em que pesquisa sobre feminismos e psicologias.Participei em 2015 da formação Tramas & Redes pelo Fim da Violência Contra as Mulheres. Em 2016 participei do Ciclo de Criação e Formação para atrizes e não atrizes. Atualmente estou como atriz no Ocupa Madalena e utilizo de vários jogos como ferramenta em um grupo de terapia para mulheres na perspectiva feminista a qual sou terapeuta.
Luciana Afiune, Designer e artivista da Anistia Internacional e colaboradora no
Ocupa Madalena. Conheceu o Ocupa Madalena no segundo semestre de 2016, quando participou do ciclo de formação e das oficinas com Fernanda Dias e Bárbara Santos. Atuou na intervenção do Dia da não violência na Ocupação Unificada UFG. No Circuito da Diversidade participou na criação da identidade visualdo projeto.
Mariana Pitaluga Santana Pascoaloto é atriz e artivista no grupo Ocupa Madalena, e psicóloga terapeuta psicodramatista. Participou da primeira formação com o grupo, em 2014, e de algumas atividades como: performance no dia 25 de novembro, dia internacional da não violência a mulher; da montagem e execução do Teatro fórum “Eu nunca disse sim”, apresentado em alguns eventos. Participou também da semana de artivismo pelo amor as mulheres em 2015. Se identifica com o grupo pois acredita na luta, e deseja o empoderamento feminino a todas. Deseja aprimorar-se para ser multiplicada e curinga. Espera que o grupo alcance o máximo possível de mulheres, e comunidades com este trabalho de tema tão significante e urgente.
Lorena Oliveira Lorena Oliveira é geógrafa e facilitadora de teatro do oprimido. É co-fundadora do núcleo Ocupa Madalena de Teatro das Oprimidas, onde atua como curinga e atriz. Atualmente é aluna do programa de pós-graduação em Processos e Produtos Criativos , da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás.
Em sua atuação com o Ocupa Madalena participou de vários espetáculos e cenas, como: Madalena Ocupa a Praça Cívica (Teatro das Oprimidas, Goiânia, 2011), Eu Nunca Disse Sim (Núcleo Ocupa Madalena, Goiânia, 2014), Corpo Ruído (Núcleo Ocupa Madalena, Goiânia, 2015). Terezinha de Jesus -Intervenção no Dia da Não Violência contra mulher na Ocupação Unificada UFG (2016);
Carolina Santos é socióloga, escritora e diretora de teatro formada na técnica de Teatro do Oprimido, de Augusto Boal. Dedica-se desde 2007 ao estudo e prática da técnica do Teatro das Oprimidas, uma série de jogos e técnicas complementares ao sistema estético proposto por Boal e que agrega especificidades da expressão feminina, acompanhada de uma leitura crítica acerca dos papéis femininos em nossa sociedade e o lugar do corpo da mulher na contemporaneidade.
Participou da construção de uma série de espetáculos voltados ao universo feminino , como Terça Sem-Afro (Núcleo de Teatro do Oprimido de Goiás, 2007), Amor-daçado (Núcleo de Teatro do Oprimido de Goiás, 2008), Lara en el círculo (Teatraviesas, Barcelona, 2009), Madalena Ocupa a Lapa (CTO, Rio de Janeiro, 2010), Madalena Ocupa a Praça Cívica (Núcleo Ocupa Madalena, Goiânia, 2011), Mães Negras Teatro das Oprimidas(Núcleo Ocupa Madalena, Goiânia, 2012), Madalenas são Pussy Riot (Grupo Kuringa, Berlim, 2012), Eu nunca disse sim (Núcleo Ocupa Madalena, Goiânia, 2014), Vida Maria (Goiânia, 2014), Corpo Ruído (Núcleo Ocupa Madalena, Goiânia, 2015), Sem trégua até no dia delas (Goiânia, 2016).
Atualmente cursa seu mestrado em estudos da mulher e de gênero na Universidade de Granada, Espanha.