O curso “Tramas & Redes: feminismos pelo fim da violência contra as mulheres” (2015) foi um curso delineado especialmente para mulheres, mas não para incrementar longuíssima lista de responsabilidades femininas com mais um tópico, meio apertado entre a correria do trabalho, os estudos e os afazeres da família. Talvez nós desejássemos criar uma coluna paralela ao lado daquela intitulada “Responsabilidades” e nomeá-la “Desejos”. E arriscamos abrir o curso e envolver também alguns homens, acreditando na possibilidade de reversão de uma realidade triste: a masculinidade engendrada numa cultura de violências múltiplas. O fim da violência é um desejo. E como tal é marcado por ambiguidades, incongruências e desafios, mas também de uma potência enorme. Potência avassaladora, diríamos. Por isso reclamamos tramas e tecemos redes – e também tecemos tramas e reclamamos redes. Este foi um curso que traçou suas redes entre as linguagens artísticas. Lançamo-nos na experiência que o Teatro das Oprimidas nos trouxe, des-mecanizando homens e mulheres ao transitar pelos universos sensíveis de nossos corpos. Debruçamo-nos sobre os feminismos, buscando localizar nesse imenso arcabouço teórico quais são as ideias que nos representam. E atendendo ao chamado insistente, criamos! Diante de tudo isso, reiteramos nosso próprio chamado a todas aquelas pessoas em que este material caia em mãos. Usem todo o corpo para criar estratégias. Escrevam textos. Exibam os vídeos. Façam teatro. Dancem e cantem, para assumir ou sumir. Estaremos aqui.