artigos Publicado em 3 de maio de 2011
“Remar o próprio barco”: a centralidade do trabalho no mundo das mulheres “sós”
RESUMO
Várias das noções atribuídas às mulheres “solteiras” presentes na teoria social e no senso comum remetem a algumas idéias proclamadas pelo feminismo. Educação, trabalho qualificado e remunerado são considerados a via privilegiada para a conquista da “autonomia” que, ampliada, possibilitaria a um conjunto de mulheres, sobretudo das camadas médias urbanas, maiores chances de realizar escolhas, decidir por si mesmas e até mesmo romper com os estereótipos clássicos da “solteirona”. Compreender como se entrelaçam as noções associadas à idéia de “mulher independente” e seus paradoxos requer revisitar algumas idéias que marcaram a emergência e a consolidação do feminismo como um movimento político da “modernidade” em sua expansão a partir dos anos 1960. Neste artigo, examino os nexos entre educação e profissionalização e o não casamento na contemporaneidade, a partir da análise de algumas narrativas de mulheres “solteiras” de camadas médias urbanas, sem filhos e que moram sozinhas.
Publicado integralmente em Cadernos Pagu n.34 Campinas Jan./June 2010.
Imagem: Caire Graves, campeã olímpica de remo, integrante do famoso “Rede Rose Crew”, primeiro grupo de mulheres remadoras a conseguir medalha numa Copa Mundial de Remo, em 1975.