noticias Publicado em 3 de março de 2011

Manifesto CIM

O CIM – Maior Acervo/Biblioteca da mulher da América Latina, foi desalojado, a Memória/História da Mulher foi atingida

 

  • O CIM tem História

O CIM – Centro Informação Mulher é uma organização feminista, não-governamental, criada em 1981 para restituir a história/memória da mulher, instrumento de luta contra a dominação/exploração das mulheres. O CIM foi fundado com intuito de se unir as forças feministas e aos movimentos sociais contra o Patriarcalismo/Capitalismo, que se manifesta principalmente nas relações violentas e  desiguais, de gênero, classe, raça e etnia, bem como, nas perseguições homofóbicas e lesbofóbicas.

  • CIM – Uma referência para feministas, mulheres, movimentos sociais, estudantes,  pesquisadores, comunidade etc.

O CIM foi atingido violentamente, foi desalojado o maior acervo/biblioteca da mulher da América Latina, com 12000 livros, 1700 títulos de periódicos, 3060 cartazes nacionais e internacionais, sobre a história da vida e luta das mulheres, referência para pesquisadores nacionais e internacionais, universidades, alunos de escolas públicas, movimentos de mulheres, comunidade local e população em geral, foi atingido por mais um projeto higienista.

  • O CIM desenvolve projetos de combate a violência contra a mulher, informação/prevenção DST/AIDS na Região Central etc

O CIM desde 1991 ocupava espaço na Praça Roosevelt, 605, por decreto de permissão de uso, assinado na administração da Prefeita Luiza Erundina, e por estar localizado na região central, foi durante este período, um espaço solidário para os movimentos, grupos, e tornou-se a sede, das reuniões históricas para organização das manifestações do Dia 8 de Março, entre outras manifestações/ações feministas.

  • A prefeitura de SP não respeita a cidadania nem o direito a cidade para todas e todos

São Paulo é exemplar neste aspecto, uma elite conservadora, higienista, se mantém no poder destruindo há anos, privatizando os bens e serviços públicos, a população é vítima de recorrentes violações dos direitos básicos que nos roubam a cidadania.
O direito a circulação, acesso, apropriação da cidade, a violação do patrimônio material e imaterial, o desmonte da memória, o sucateamento desumano do transporte público, da educação, da saúde, a ausência de políticas para minimizar os efeitos das enchentes, permeada pela odiosa política higienista que expulsa a população pobre do centro da cidade.
O autoritarismo que tomou conta das subprefeituras, a falta de planejamento da gestão pública que se reflete na falta de vagas nas creches, e na terceirização sem controle da saúde, o preço abusivo das passagens de ônibus, a violência policial e a criminalização da pobreza, o déficit de moradias populares.
O sucateamento das delegacias de mulheres, reflexo do descaso em relação ao Pacto de Enfrentamento a Violência contra as Mulheres, e por extensão, a frouxidão no cumprimento da Lei Maria da Penha.

O CIM vem a público manifestar a nossa  indignação e exigir o direito de continuar existindo como uma entidade pública do movimento feminista que mantém viva a memória de luta das mulheres.

São Paulo,   março de 2011

CIM – Centro Informação Mulher

Rua Teodoro, Baima, 51 – sj 01- 1220 – 040 – Vila Buarque – São Paulo – SP

Telefone: (011) 3151 3660

30anos
Grupo Transas do Corpo
Ações educativas em gênero,
saúde e sexualidade.