Onze mulheres são rés no processo de número 0228942-92.2008.8.04.0001, que tramita na 1ª Vara do Tribunal do Júri, juntamente com o  médico ginecologista Durval Herculano Carriço de Almeida, o “Dr. Aborto”.

Elas eram clientes dele e, segundo a polícia, praticaram aborto na clínica de propriedade do médico, denominada de Santa Etelvina, localizada na rua Loris Cordovil, bairro Alvorada, Zona Centro-Sul de Manaus.

O grupo foi investigado por meio de inquérito policial instaurado em 2008, quando o médico Durval foi preso pela Polícia Federal, durante a operação Vorax.

O inquérito foi presidido pela delegada Cristina Portugal que, na época, era a titular do 10º Distrito Integrado de Polícia (Dip), localizada na avenida Desembargador João Machado, bairro Alvorada.

As mulheres foram identificadas por meio de ultrassonografias que foram apreendidas na clínica do “Dr. Aborto”. A delegada informou que alguns materiais encontrados na clínica foram apreendidos e periciados e o resultado das análises serviu para substanciar as provas que foram encaminhadas à justiça como peças do inquérito.

Até essa quarta (16), dos 12 réus, apenas Carriço teve a prisão preventiva decretada porque o Ministério Público Estadual (MPE) entendeu que ele continuava na prática criminosa, isto é, fazendo aborto.

Ele teve a prisão preventiva decretada pela juíza Eline Paixão e Silva Gurgel do Amaral, que também determinou que o nome do médico fosse incluído no sistema Nacional de Procurados e Impedidos (Sinpi), da Polícia Federal, na rede Infoseg e da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).

Caso o médico Durval Carriço seja preso, deverá ser encaminhado para a Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, na avenida 7 de Setembro, Centro, segundo foi determinado pela  juíza.

Providências
MPE pediu também informações da polícia sobre a situação do médico  Antônio Cabede Lopes, denunciado por prática de aborto junto com Durval em matéria veiculada pra TV A Crítica no início do mês.

O Conselho Regional de Medicina (CRM) também foi questionado sobre o posicionamento da entidade referente às denúncias mas informou, por meio de assessoria, que não tem nada a declarar publicamente.

À procura
Nesta quinta-feira (17), faz 11 dias que  Durval Carriço teve a prisão preventiva decretada. Há oito dias o médico começou a ser procurado pela polícia.

Até esta quarta (16), 16, a informação do delegado Carlos Alberto Alencar é de que há duas equipes de investigadores que estão à procura do médico. “Nós estamos tentando localizá-lo para prendê-lo”, disse o delegado.

Por: Joana Queiroz, em Acrítica

Fotografia: Clóvis Miranda