noticias Publicado em 28 de maio de 2012

O grande sucesso da marcha das vadias

Por Lola (Escreva Lola Escreva)

 
Pelas fotos e vídeos que pude ver, as várias Marchas das Vadias realmente tomaram o país ontem em pelo menos 14 cidades. Hoje tem mais, em Belém e Porto Alegre, e ainda haverá outras nos próximos dias.
Pelo entusiasmo das participantes e também dosparticipantes (já que, em todas as marchas, tem muito homem bacana que protesta junto), pela consciência política que esse ativismo incita nas manifestantes, até pela vasta divulgação na mídia tradicional, não se pode negar que as marchas sejam um sucesso. Só não sei até que ponto a mensagem é entendida por pessoas leigas, sem nenhum envolvimento com feminismo, luta política, movimento estudantil, nada. Não estou falando dos machistas — a gente sabe como qualquer protesto por direitos é “entendido” por eles –, mas de pessoas comuns mesmo.
Mas esta foi apenas a segunda edição e temos muito chão pela frente. E claro que a resistência contra qualquer um de nossos avanços é e será forte. Quanto mais conquistas, mais resistência. É sempre assim. Se olharmos por esse lado, a indignação dos machistas é um claro sinal de que estamos conseguindo mudar o mundo.
Selecionei algumas fotos que mais me agradaram. Uma escolha totalmente pessoal. Há cidades que tiveram a marcha e não encontrei fotos, só vídeos (como esteanimadíssimo da marcha em Natal, ou este que deve ter sido o começo da marcha em Vitória).
Adorei esta frase, “Eu não vim da sua costela, é você que veio do meu útero”. Apareceu em diversos lugares. Esta é da marcha de SP.
Esta frase captada na marcha de Florianópolis (ou será a de Brasília?) também é ótima: “Quero borrar meu batom e não meu rímel”. O pessoal que não entende os propósitos da Marcha das Vadias também vai quebrar a cabecinha pra entender esse cartaz.
Na marcha de Belo Horizonte, manifestante segura cartaz que já virou um belo grito de guerra.
Super cheia a marcha de BH, hein? Adorei o cartaz de “Respeito é bom e a gente goza”, que pode ser visto neste ótimo vídeo da marcha de BH.
E a Tetê, esta menina fofa na marcha de BH, adaptando o clássico “Meu corpo, minhas regras”, desde já vira a mascote das marchas.
A única foto que encontrei até agora da Marcha das Vadias de Florianópolis.
Antes da marcha de SP começar, manifestantes se reuniram para bolar cartazes. Obviamente que os cretinos usarão talvez o único cartaz escrito errado (mexer com ch, não na foto) pra inviabilizar o feminismo em todo o mundo. Vão se catar, reaças!
A gloriosa marcha de SP em plena Rua Augusta. Quanta gente! Parabéns, pessoal, por tornar a marcha de SP um evento com organização coletiva e claramente feminista.
Na marcha do Rio, manifestante usa seu corpo para promover uma revolução.
Dizem que houve um princípio de tumulto na marcha do RJ, quando @s manifestantes passaram em frente à uma igreja. Mas, a julgar por esta notícia na Folha, é uma não-notícia (quer dizer, percebam à ênfase dada à “confusão” com o restante das linhas dedicadas ao fato). Aliás, baseando-se nesse episódio, a grande mídia tratou a Marcha das Vadias da mesma forma que trata qualquer manifestação social: como baderna. A manchete doJornal do Brasil é “Marcha tumultua Copacabana”. Pros conservadores, protestar é sinônimo de tumultuar.
A gente pode — e deve — gritar contra o reacionarismo da igreja, só que não precisa entrar em uma pra isso. Enfim, não sei o que aconteceu, e desculpe, não parece importante. E não sei se este vídeo é referente ao “tumulto”, mas gostei de como as manifestantes enfrentaram os policiais: “a rua é nossa!”.
A faixa principal da Marcha das Vadias, Recife, 2012.
Várias manifestantes da marcha de Recife protestaram contra oprofessor da UFPE, que foi condenado pela Justiça por abusar de uma orientanda, mas continua dando aula (pois cabe recurso). Tenho recebido emails de alunas da UFPE perguntando o que podem fazer — elas não querem ter aula com uma pessoa dessas, mas também não querem atrasar sua graduação. Como é que fica, UFPE?
Esta é de Brasília. O manifestante usou uma frase daqui do blog, que honra! Mas acho que resume bem: nosso barulho é permanente. E o seu machismo?
Acostumem-se: viemos pra ficar.
Desculpem usar este espaço, mas daqui a pouquinho viajo pra Campinas. Amanhã, às 17:30, estarei na Unicamp (Anfiteatro do IEL, no corredor da pós-graduação) para uma mesa sobre o machismo na universidade. Também estarão na mesa representantes da ANEL (Assembleia Nacional de Estudantes – Livre) e do coletivo feminista Rosa Lilás. Tem uma página no Facebook sobre o evento, que vai contar com várias outras atividades fascinantes, em outras datas. Pessoas de Campinas, apareçam!
Desculpem usar este espaço, mas daqui a pouquinho viajo pra Campinas. Amanhã, às 17:30, estarei na Unicamp (Anfiteatro do IEL, no corredor da pós-graduação) para uma mesa sobre o machismo na universidade. Também estarão na mesa representantes da ANEL (Assembleia Nacional de Estudantes – Livre) e do coletivo feminista Rosa Lilás. Tem uma página no Facebook sobre o evento, que vai contar com várias outras atividades fascinantes, em outras datas. Pessoas de Campinas, apareçam!
Por enquanto, o livro pode ser encontrado nas livrarias Edusp (se não tiver, pode encomendar) ou pelo televendas (11) 3091-4150 ou 3091-4008. É ridículo, eu sei, mas ainda não tenho um link pra vendas pela internet.
Agora preciso sair correndo! Pego o voo em breve. E lógico que ainda não preparei nada pra amanhã.
Outro artigo muito interessante sobre a Marcha é o do Blog do Sakamoto, confira!
30anos
Grupo Transas do Corpo
Ações educativas em gênero,
saúde e sexualidade.