noticias Publicado em 13 de dezembro de 2010

Rede Feminista de Saúde recebe Prêmio Nacional de Direitos Humanos

A Rede Nacional Feminista de Saúde Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos (RFS) receberá nesta segunda-feira, 13, às 10 horas, no salão nobre do Palácio do Planalto, em Brasília, o prêmio da categoria Equidade de Gênero da 16ª edição do Prêmio Direitos Humanos oferecido pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. O prêmio é a mais alta condecoração do Governo Brasileiro a pessoas e entidades que se destacaram na defesa, na promoção e no enfrentamento e combate às violações dos direitos humanos no Brasil. O evento contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pela Rede Feminista de Saúde receberá o troféu e diploma, a jornalista e secretária executiva Telia Negrão (foto). O prêmio é outorgado à RFS pela amplitude de sua atuação e pela legitimidade que goza no movimento de igualdade de gênero, direitos sexuais e direitos reprodutivos de mulheres.“Essas qualidades fizeram da Rede uma das principais  candidatas”, enfatiza a correspondência enviada à secretária-executiva da entidade.

 

A organização destaca-se, ainda, por seu trabalho informativo, articulador e original, num  campo especificamente difícil de atuação – o da  afirmação dos direitos sexuais e reprodutivos.” A Secretaria dos Direitos  Humanos considera que a divulgação de ações relevantes em defesa dos direitos fundamentais inerentes a todos os seres humanos através de um prêmio com envergadura nacional é de suma importância, tanto para o reconhecimento daqueles que atuam com consciência humanitária, como para a ampliação da sensibilidade da sociedade brasileira sobre a necessidade do respeito aos direitos humanos. “O Prêmio é um importante elemento de educação em direitos humanos pela sua capacidade de colaborar para a construção de uma cultura de paz na sociedade.”

 

A Comissão que elegeu os destaques  desta 16ª edição do Prêmio  Direitos Humanos foi constituída por personalidades nacionais e pessoas com notórios serviços prestados à causa dos Direitos Humanos no Brasil, e  foi presidida pelo ministro Vannuchi. A Comissão de Julgamento contou com as presenças de José Geraldo de Sousa Junior, Matilde Ribeiro, Maria Victoria Benevides, Solon Viola e Alci Marcus Ribeiro Borges.

 

Capital político – Para a secretária-executiva da RFS, Telia Negrão, o prêmio deve ser atribuído ao capital político construído pela Rede Feminista ao longo dos anos, tendo em seu colegiado mulheres muito valentes, cada uma com suas características, mas todas convencidas da estreita relação que existe entre o projeto societário feminista e a garantia dos direitos humanos.Telia afirma que esta honraria é um coroamento e também um reconhecimento, numa conjuntura difícil para os direitos sexuais e reprodutivos no Brasil, a América Latina e Caribe. “Penso que é também o resultado de um trabalho de transparência institucional e política, e de visibilidade no tratamento dos direitos humanos das mulheres. Considero este o momento mais importante na minha vida de ativista feminista e quero transferir este sentimento a todas as defensoras de direitos humanos das mulheres do Brasil”, conclui Telia Negrão.

 

Sobre a Rede Feminista de Saúde –  A Rede Feminista de Saúde tem abrangência nacional e sua sede atualmente é em Porto Alegre, Rio Grande do Sul (gestão 2006-2010), sob a condução da jornalista Telia Negrão, secretária-executiva, da psicóloga Maria Luísa Pereira de Oliveira, secretária adjunta. Ambas representam as entidades feministas Coletivo Feminino Plural e Maria Mulher – Organização de Mulheres Negras, respectivamente.

 

A Rede é composta por 12 regionais organizadas no Pará, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. As regionais são coordenadas politicamente por um conselho diretor e uma secretaria executiva. A assembléia geral é a instância maior de decisão.

 

Sua atuação vem sendo marcada no debate sobre o caráter das políticas públicas de saúde e sua implementação, visando a ampliar e facilitar a disseminação de informações e a discussão entre suas filiadas e organizações parceiras. Ao longo dos seus quase 20 anos, as linhas de trabalho têm-se renovado, como a comunicação em saúde, capacitação de mulheres para a participação no controle social e outros espaços, a incidência política e ações de advocacy.

 

Além disso, a Rede atua de forma articulada com outras formas de organização da sociedade, tanto de mulheres feministas como outras redes e plataformas sociais. Nesta linha, se desenvolve no Brasil, desde o início do ano, a Campanha Ponto Final na Violência contra Mulheres e Meninas, surgida a partir da Rede de Saúde das Mulheres Latino-americanas e do Caribe. A Rede vem trabalhando no eixo da prevenção e eliminação da violência, promovendo a reflexão sobre os padrões culturais que levam à aceitação e a permanência da violência de gênero como algo natural.

 

Constantemente a Rede vem reafirmando seu compromisso com a defesa da saúde integral das mulheres e dos seus direitos sexuais e reprodutivos, e do Sistema Único de Saúde público, universal e de qualidade, acessível a todas as mulheres. Está presente em cerca de 30 instâncias nacionais, governamentais e não governamentais. Integra relatorias nacionais e internacionais de saúde e direitos humanos das mulheres. Participa nos conselhos nacionais da mulher e da saúde, no Pacto pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal.

 

A Rede Feminista de Saúde integra a Rede de Saúde das Mulheres Latino-americanas e do Caribe e a Rede Mundial pelos Direitos Reprodutivos, tendo participdo em várias campanhas regionais. Uma delas é a Solidariedade Feminista ao Haiti, desde a ocorrência do terremoto, em janeiro de 2010.

 

 

Vera Daisy Barcellos – Jorn.Diplo.Reg.Prof. 3.804
Assessoria de Imprensa da Rede Feminista de Saúde – comunicarede@redesaude.org.br

30anos
Grupo Transas do Corpo
Ações educativas em gênero,
saúde e sexualidade.